Próxima lição da equipe de Dunga: não repetir o roteiro de 2006
Há três anos, o Brasil chegou à Copa do Mundo na Alemanha com status de favorito, depois de conquistar a Copa das Confederações, no mesmo país, e ficar em primeiro lugar nas eliminatórias sul-americanas. Voltou para casa cedo, com derrota nas quartas-de-final e uma série de explicações para o desempenho ruim.
A história vai se repetindo. A equipe de Dunga chegou da África do Sul com o troféu da Copa das Confederações e está em primeiro lugar nas eliminatórias, com a classificação bem encaminhada.
O meia Kaká - um dos sete jogadores que foram campeões no domingo e viveram a decepção em 2006 - é direto ao responder sobre as lições deixadas pelo Mundial na Alemanha. Para ele, os treinos de preparação foram "muito confusos".
- Houve muita euforia, e isso atrapalhou. Temos que repetir a preparação que fizemos aqui na África do Sul, que foi muito legal. Sempre que o Brasil tem tempo para trabalhar, o resultado aparece, mas é preciso controlar o otimismo exagerado - analisou, na África, o jogador do Real Madrid.
Um dos problemas mais comentados após a eliminação em 2006 foi o clima festivo na preparação do time comandado na época por Carlos Alberto Parreira. Dunga deu a entender que concorda com Kaká, ao ser perguntado sobre os erros daquela seleção.
- Só falamos dos erros da seleção de 2006, mas temos que pensar também nos aspectos positivos. E o que aconteceu ao redor? Será que não prejudicou a seleção?
Gilberto Silva, outro que esteve na Alemanha, tenta pôr em segundo plano a condição de favorito, que naquela ocasião gerou um ambiente de confiança exagerada.
- Não podemos pensar em favoritismo, mesmo porque ainda tem tempo até o Mundial. Mas temos muito a aprender com a Copa de 2006. A cobrança será grande, mas o grupo está preparado. Só não podemos nos iludir e cair no conto do vigário - disse o volante do Panathinaikos-GRE, no desembarque da seleção.
O lateral Daniel Alves, que ainda nem havia vestido a camisa canarinho quando o Brasil caiu na Alemanha, assume outra postura. Afirma que é inevitável o país ser visto como um dos concorrentes ao título e que cabe aos jogadores saber lidar com isso.
- É algo que temos de assimilar. O Brasil sempre vai ser favorito, em qualquer competição. Isso só não pode nos pressionar. Sabemos que hoje em dia o futebol está cada vez mais equilibrado, e um exemplo é a Espanha, que era vista como favorita na Copa das Confederações e foi eliminada por uma equipe não tão forte, como os Estados Unidos. Não podemos nos descuidar em nenhum momento, caso contrário seremos surpreendidos.