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Governador José Arruda teria ciência da distribuição de recursos.
Até agora, ele não deu declarações sobre o escândalo.
A operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, que revelou um suposto esquema de distribuição de mesada para parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal, revela gravações que mostram que o governador do DF, José Roberto Arruda, tinha conhecimento e comandava o esquema de distribuição de dinheiro para deputados distritais de sua base aliada.
Até agora, o governador não se manifestou publicamente sobre as acusações e apenas decidiu pelo afastamento de três secretários e um assessor que estariam envolvidos no suposto esquema revelado pela PF. Apenas o secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, foi demitido. Ele fez as gravações depois de assinar um acordo de delação premiada.
Em depoimento à polícia federal, o ex-secretário disse que o governador Arruda pedia adiantamentos mais ou menos de quinze em quinze dias para saldar despesas pessoais. Barbosa acrescentou que o desvio de recursos era tanto para enriquecimento pessoal quanto para pagamento da consciência de políticos.
Numa das negociações, segundo o depoimento de Barbosa, um valor de R$ 178 mil foi dividido entre o governador, o vice, Paulo Octávio, o assessor de imprensa, Omézio Pontes, e o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, ficando 10% restantes a espera de comando.
O ex-secretário entregou ao Ministério Público 30 vídeos com imagens de negociações, feitas por ele mesmo, que participava do esquema. Já como colaborador nas investigações, em troca de redução de pena em caso de condenação, Barbosa usou câmeras escondidas. Com autorização da Justiça, gravou diálogos com o governador Arruda e com o primeiro escalão do GDF.
No último dia 21 de outubro, ele conversa com o governador numa reunião que serviria para prestar contas da divisão do dinheiro.
Arruda: hoje tem disponível isso aqui?
Durval: hoje, hoje tem isso aí pra você fazer o que cê quiser, para pagar a missão. Agora, se for no, no, na coisa normal, no dia a dia, no comum, cê teria hoje 400 disponível. Pra entregar a quem você quisesse.
Arruda: ótimo.
Num segundo momento, a conversa é com o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel. Eles acertam a partilha do dinheiro.
Durval: eu, na sexta-feira, já passo o dele, do Arruda. Já passo o do Arruda inteiro, tá? Aí fica faltando só umas merrecas. Porque merreca é na hora.
José Geraldo: Balduíno e eu temos alguma coisinha aí?
Durval: tem, tem.
José Geraldo: só pra eu ter uma ideia, cê tem mais ou menos quanto vai ser? Porque eu quero ver se eu faço um negócio.
Durval: dá 50 pra cada um.
José Geraldo: é?
Durval: é. Por aí.
Em outro trecho, Arruda quer saber como anda a despesa com políticos.
Arruda: aquela despesa mensal com político sua hoje tá em quanto?
Ao todo, são 55 minutos de gravação que estão nos autos do processo e comprovariam o pagamento de mesada a políticos aliados. Diante do escândalo, a Ordem dos Advogados do Brasil seccional do Distrito Federal (OAB-DF) analisa o inquérito para saber se é ou não um caso para pedido de impeachmant do governador José Roberto Arruda, que é filiado ao DEM.
José Geraldo Maciel e Fábio Simão, ex-chefe de gabinete de Arruda, negaram envolvimento no caso. José Luiz Valente, ex-secretário de Educação, e Paulo Octávio não quiseram se manifestar. Domingos Lamoglia e Omézio Pontes não foram localizados.