O cenário era tido como perfeito para a arrancada: estreia de técnico, diretoria renovada, festa nas arquibancadas com direito à “benção de João de Deus”. Dentro de campo, no entanto, tudo como antes. OFluminense tropeçou mais uma vez no Maracanã. O 1 a 1 com o Náutico deu continuidade à sua aparentemente inevitável via-crúcis rumo à Série B do Brasileirão. Do outro lado, alívio: o empate no Maracanã combinado com a derrota doSanto André por 2 a 1 para oAtlético-MG tirou o Timbu do Z-4. Com 25 pontos, está um acima da zona de degola, deixando o posto com o time do ABC Paulista.
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Desorganizado e ansioso, apesar da disposição, o Tricolor chegou à oitava partida sem vitória e permanece na última posição no campeonato, com 17 pontos. Após apoiar o time durante a partida, parte da torcida se revoltou e gritou "time sem-vergonha" depois do apito final.
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Na próxima rodada, o Fluminense encara mais um adversário direto na luta contra a degola: o Botafogo, no Engenhão, domingo, às 18h30m (de Brasília). No mesmos dia e horário, o Náutico recebe o Grêmio, no estádio dos Aflitos, no Recife.
Flu se impõe e abre o placar
Bem disposto e a mil por hora, o Fluminense sufocou o Náutico no início. Na correria, a equipe carioca pressionava a saída de bola e mostrava evidente apetite ofensivo. Porém, o campo molhado e a forte marcação pernambucana se aliaram à baixa qualidade dos jogadores. O resultado era um festival de passes errados e jogadas inúteis.
Sem espaços para criar, o Tricolor começou a apelar para os chutes de longa distância. Aos oito, a primeira finalização saiu dos pés de Diguinho, que isolou. O lance se repetiu aos 17 e aos 23, com Kieza e Conca. Na ânsia de vencer, porém, o Flu passou a dar espaços na defesa. E o Timbu começou a colocar suas mangas de fora.
Mas quando o Náutico pensou que ia equilibrar a partida, o Fluminense finalmente acertou o pé. Aos 27, Marquinho desarmou Acosta no meio-campo e tentou servir Kieza. A bola desviou na zaga e sobrou para Mariano. Com muita consciência, ele rolou na medida para Conca. De perna direita, o argentino emendou de primeira, acertou o cantinho esquerdo de Gledson para abrir o placar.
A vantagem renovou o gás tricolor, que voltou a marcar forte no meio-campo e sequer dava brecha para sustos. Em contra-ataques velozes e jogadas de bola parada, a equipe tentou ampliar o placar. Nada, porém, que tirasse o "uh" da garganta do torcedor. Na saída do intervalo, o capitão Paulo César elogiou a postura agressiva e a união dos jogadores.
Timbu empata com gol relâmpago
Antes de voltar para o campo, o elenco do Fluminense até reforçou o espírito de coletividade. Fez corrente no vestiário, gritou e vibrou. Mas bastou a partida recomeçar para chegar a ducha de água fria. Mesmo com a posse de bola no recomeço da partida, o Tricolor permitiu o ataque do Náutico e, aos 36 segundos, Patrick chutou forte, Rafael deu rebote, e Carlinhos Bala empatou de cabeça.
O gol deu energia ao Náutico, que assustou aos dois, com Aílton, em bom chute de longe. A partir dos cinco, no entanto, o Flu retomou o domínio da partida e por pouco não fez o segundo. Kieza fez boa jogada e tocou para Diogo. O volante rolou com açúcar, mas Roni furou no bico da pequena área. Foi o último lance do atacante. Muito vaiado, ele deu lugar a Alan.
Sete minutos depois, Conca cobrou falta na área e o zagueiro Márcio salvou o Timbu. Dono do meio-campo, o Fluminense seguiu pressionando, e, aos 15, Mariano serviu Kieza, que chutou com perigo. Em seguida, falta perigosa na entrada da área. Paulo César bateu rasteirinho e Gledson fez a defesa.
Na mesma moeda, o Timbu quase virou aos 24. De muito longe, Michel soltou uma bomba e obrigou Rafael e se esticar todo para impedir o gol. A proximidade do fim da partida fez com que Cuca arriscasse e mandasse Maicon para campo, colocando a equipe no 4-3-3.
O desespero aumentava conforme o tempo se esgotava. Aos 48, falta na intermediária para o Flu e até o goleiro Rafael foi para a área. Mas a zaga cortou e, para alívio da torcida, o juiz encerrou a partida quando o Náutico partia para o contra-ataque.