Tegucigalpa, 26 jul (EFE).- O novo ministro das Relações Exteriores de Honduras, Carlos López, disse hoje que o presidente deposto Manuel Zelaya só tem duas opções: continuar na fronteira da Nicarágua ou retornar ao diálogo na Costa Rica.
Em declarações a jornalistas, López disse que ou Zelaya "entra (em Honduras) e é capturado, porque essas são as instruções, ou se retira (da fronteira com a Nicarágua) e volta à mesa de negociações na Costa Rica, que é o que a comunidade internacional lhe pediu".
Segundo o diplomata, "o país está firme e o povo está disposto a não se ver atropelado pela intromissão de países alheios e a fazer respeitar sua soberania".
Sobre a estadia de Zelaya na Nicarágua, "o Governo de Honduras não tem a intenção de intervir por respeito à soberania de um Estado soberano e vizinho, e não vai fazer provocações", respondeu López.
O novo chanceler hondurenho voltou a criticar o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, pela atitude "contra Honduras" quando visitou o país no último dia 3.
López lembrou que, nessa ocasião, Insulza não se reuniu com as novas autoridades para conhecer sua versão do que tinha ocorrido em Honduras em relação à derrubada de Zelaya pelos militares em 28 de junho.
Na opinião do ministro, houve "falta de objetividade" por parte de Insulza, que teria "vindo cumprir uma formalidade" e já possuía um relatório falso.
López ressaltou que o novo Governo de Honduras pediu a presença de observadores internacionais no país, inclusive da própria OEA, "para que desmintam esse relatório e o senhor Insulza, porque houve uma distorção dos fatos".
Além disso, o chanceler considerou "sumamente positiva" a chegada ao país neste sábado de uma missão de congressistas republicanos dos Estados Unidos, que se reuniu com o novo presidente de Honduras, Roberto Micheletti, no início de uma visita para conhecer relatórios sobre a crise.
Por fim, López falou que a atitude de Zelaya de desafiar às novas autoridades ao querer retomar o poder é "um pouco midiática, para manter viva uma situação de um governante deposto e um protagonismo internacional". EFE